segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Deus e o Diabo na Terra do Sol

Deus e o Diabo na Terra do Sol (Brasil, 1964) – Nota 7
Direção – Glauber Rocha
Elenco – Geraldo Del Rey, Yoná Magalhães, Othon Bastos, Maurício do Valle, Lídio Silva, Sonia dos Humildes.

No sertão nordestino, o vaqueiro Manuel (Geraldo Del Rey) se revolta ao ser enganado por um fazendeiro e termina por matar o sujeito. Para fugir da perseguição da polícia e dos capangas do fazendeiro, Manuel e sua esposa Rosa (Yoná Magalhães) se juntam a um grupo de religiosos liderado por Sebastião (Lídio Silva) e posteriormente ao bando de cangaceiros comandado por Corisco (Othon Bastos), onde serão obrigados a enfrentar o assassino Antônio das Mortes (Maurício do Valle), que fora enviado para matá-los. 

Considerado pelos críticos como a obra prima de Glauber Rocha, este trabalho me parece superestimado, não que seja ruim, mas está longe de ser tão sensacional como muitos comentam. 

O ponto principal é o roteiro que não poupa críticas a religião, a vida dura do povo do sertão utilizado como massa de manobra e aos fazendeiros conhecidos como coronéis. 

É interessante também enfatizar a dualidade da trama, onde Deus e o Diabo se confundem, temos o religioso que domina o povo, ao mesmo em que o violento cangaceiro protege seus homens. 

O que me desagradou foi o estilo teatral das interpretações, que se mostram discursivas e exageradas, a narrativa lenta cheia de maneirismos, além das cenas de violência quase amadoras. 

É o primeiro filme de Glauber Rocha que assisto, não tenho ainda como comparar com seus outros trabalhos, mas a princípio fiquei com a impressão de que seu talento era muito melhor como roteirista do que diretor.

4 comentários:

Pedrita disse...

esse filme é maravilhoso. beijos, pedrita

Hugo disse...

Pedrita - Gostei, mas nem tanto.

Bjos

Amanda Aouad disse...

Nem diria que o talento era como roteirista, mas como pensador de cinema. Sempre achei que Glauber encantava mais pelos pensamentos dele que pelas obras em si. Mas, no caso de Deus e o Diabo, tendo a discordar, gosto muito do filme. É autêntico em sua construção de ópera do sertão, então, a interpretação teatral que você aponta, cabe aqui. E há cenas muito bem construídas como a cena em que Manuel vai até o Beato, ou o beijo no sertão. Fora a cena final.

bjs

Hugo disse...

Amanda - Pode discordar, não tem problema algum. Realmente as ideias de Glauber neste filme são extremamente interessantes, mas como gosto pessoal, o estilo teatral das interpretações não me agradou.

Vou procurar assistir outros filmes de Glauber para entender melhor seu estilo.

Bjos