segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Bicho de Sete Cabeças & O Beijo da Mulher Aranha


Bicho de Sete Cabeças (Brasil, 2001) – Nota 7,5
Direção – Lais Bodanzky
Elenco – Rodrigo Santoro, Othon Bastos, Cássia Kiss, Daniela Nefussi, Jairo Mattos, Caco Ciocler, Gero Camilo, Altair Lima, Marcos Cesana, Luís Miranda.

No início dos anos setenta, Neto (Rodrigo Santoro) é um jovem rebelde de classe média. Ele é detido após cometer um pequeno delito, fato que obriga seu pai (Othon Bastos) a buscá-lo na delegacia. Ao voltar para casa, seu pai encontra um cigarro de maconha no quarto de Neto e junto com a mãe (Cássia Kiss) e a filha mais velha (Daniela Nefussi), eles decidem internar o jovem em um manicômio. É o início do inferno na vida do garoto, que terá de enfrentar descaso, violência e maus tratos dentro da instituição. 

Este drama pesado é baseado na vida real de Austregésilo Carrano Bueno, que foi internado num manicômio por seu próprio pai, numa época em que qualquer menção as drogas levava os pais a histeria. 

O longa foi premiado em alguns festivais e a interpretação de Rodrigo Santoro bastante elogiada. O resultado é um retrato cruel das instituições psiquiátricas brasileiras. 

O Beijo da Mulher Aranha (Kiss of the Spider Woman, Brasil / EUA, 1985) – Nota 6,5
Direção – Hector Babenco
Elenco – William Hurt, Raul Julia, Sonia Braga, Nuno Leal Maia, José Lewgoy, Denise Dumont, Miriam Pires.

Durante uma ditadura em um país qualquer da América do Sul, dois prisioneiros são obrigados a conviver em uma cela e acabam se aproximando apesar das diferenças entre si. Valentin (Raul Julia) é um preso político que foi torturado, enquanto Molina (William Hurt) é um homossexual que cumpre pena por ter se relacionado com um menor. Para manter sua sanidade, Molina cria histórias como se fossem filmes românticos, fato que a princípio irrita o militante Valentin. 

O longa foi indicado ao Oscar de Filme, Diretor, Roteiro Adaptado e Ator (William Hurt), chamando grande atenção na época do lançamento por causa da história que misturava temas polêmicos como homossexualismo e ditadura. 

Apesar de ter muitos fãs, principalmente entre os críticos de cinema, visto hoje o impacto é bem menor. Pessoalmente prefiro outros filmes de Babenco como “Pixote”, “Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia” e até o criticado “Carandiru”.

7 comentários:

Pedrita disse...

bicho é incrível, fiquei impactada por muito tempo. triste a realidade dos manicômios que pouco mudou. e austregésilo teve muitas consequências dos excessos de choques que levou. horror dos horrores. um dos melhores papéis de rodrigo santoro. beijo da mulher aranha vi recentemente também. e é igualmente incrível. william hurt arrasa. esse comentei aqui http://mataharie007.blogspot.com.br/2010/05/o-beijo-da-mulher-aranha.html
beijos, pedrita

Hugo disse...

Pedrito - "Bicho de Sete Cabeças" é um filme fortíssimo e mais triste ainda por ser baseado e história. Já "O Beijo da Mulher Aranha" não achei tão bom assim. É questão de opinião pessoal.

Bjos

Liliane de Paula disse...

O Beijo da mulher aranha, vi na época que foi lançado.

Bicho 7 cabeças, não tive interesse.
Até porque tudo que se mostra de internações psiquiátricas, são irreais.

Hugo disse...

Liliane - A realidade é bem pior, mas mesmo assim, o que vemos em "Bicho de Sete Cabeças" é assustador.

Rodrigo Mendes disse...

Duas grandes obras de arte significativas para o Cinema Brasileiro. Eu tenho um forte a mais pela filmografia de Babenco.

Abraço.

Amanda Aouad disse...

Não consigo gostar de Carandiru, rs. O Beijo da Mulher Aranha preciso rever, mas, Bicho é um filme que me impactou bastante, tudo nele é forte, a começar pela interpretação de Rodrigo Santoro, é uma pena que a carreira dele não deslanchou como poderia, principalmente no exterior.

bjs

Hugo disse...

Rodrigo - De Babenco prefiro seus outros trabalhos.

Amanda - Entendo, muita gente não gosta de "Carandiru". Vejo Rodrigo Santoro mais como um astro aqui no Brasil do que um grande ator. Além disso, é muito difícil para atores latinos fugirem do esteriótipo em produções americanas. Você já deve ter visto uma entrevista do grande Ricardo Darin falando que não quis ir para Hollywood porque as ofertas eram sempre para interpretar um vilão latino ou algo do gênero.

Abraço